Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas, sustentou ontem, no jantar-debate das “Conferências do Palácio”, que 2012 pode ser menos difícil se Portugal continuar a fazer trabalho de casa.
"Acredito que, se continuarmos a fazer o nosso trabalho de casa, será menos difícil, mas será, em qualquer circunstância, sempre muito difícil. Por isso, temos que aproveitar esta oportunidade de exigência e de rigor para fazer reformas estruturais, para organizarmos melhor o Estado e a Administração Pública, criando um Estado modesto e moderno que vá ao encontro dos cidadãos", defendeu o presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d'Oliveira Martins.
O ex-ministro e ex-deputado manifestou concordância com o ministro Vítor Gaspar em relação a 2012 ser um ponto de viragem para o País, considerando que têm sido dados sinais positivos, quer a nível interno quer externo.
O presidente do Tribunal de Contas afirmou que para ultrapassar esse "ponto de viragem", é necessário "redobrar o rigor e a exigência e encontrar mecanismos e instrumentos que permitam compatibilizar, por um lado, a capacidade de criar riqueza, a capacidade de criar emprego e simultaneamente limitar drasticamente a despesa corrente primária".
A economia "precisa de crescer e de se desenvolver. A austeridade não é um fim em si. É indispensável haver disciplina, rigor, exigência. Não podemos viver acima das nossas possibilidades", declarou Guilherme d’Oliveira Martins Oliveira Martins.
O ex-ministro e ex-deputado defendeu ainda que “o endividamento deve constituir a nossa prioridade”, pois “é no endividamento que devemos evitar que haja continuidade da crise da dívida soberana”.
Focando o tema da regulação, o presidente do Tribunal de Contas alertou para a necessidade de uma regulação “independente, integrada e complementar”, defendendo “ a complementaridade entre as várias entidades” pois a “regulação nos vários domínios tem que ser vista de forma integrada”.