domingo, 27 de dezembro de 2009

Os Patrões do centralismo

Tentei ontem conhecer o nome do vencedor do Campeonato do Mundo dos Jovens Pasteleiros, mas não o consegui. O site da Associação de Hotelaria e Similares de Portugal (AHRESP) disse-me que eu não tinha permissão para aceder a essa extraordinária informação sobre a prova que decorreu de 31 de Março a 2 de Abril do ano passado em Lisboa.
Apesar de esse magnífico certame ter tido o apoio do Turismo de Portugal no valor de 50 mil euros - tanto como o Fantasporto, e mais do que todo o distrito de Aveiro durante todo o ano de 2008 - não consigo assim dizer aos meus eventuais leitores quem foi esse magnífico vencedor, como não sei se se distinguiu a cozinhar o “Melhor do Mundo” ou rabandas.

Os números que a Câmara do Porto divulgou sobre os apoios dados pela Turismo de Portugal em 2008 são, de facto fantásticos: 61% (43 milhões de euros) foi para o concelho de Lisboa. Concelho, repito, nem sequer é o distrito.
Dizem-me que é por causa das contrapartidas pagas pelo Casino de Lisboa e que isso explica tudo.
Para mim isso não explica nada. Ou então deixem-me fazer um casino no Porto. Melhor ainda: apliquem a essas contrapartidas, o princípio do “spill over” que permite gastar dinheiros europeus em regiões já com nível acima da média europeia, tal como tem acontecido com inúmeros benefícios para Lisboa, e assim as coisas já ficam mais justas.

Agora, quererem convencer-me de que o projecto “Ao domingo o Terreiro do Paço é das pessoas”, que teve direito a nada menos de 600 mil euros, ou esse piramidal projecto de animação dos coretos de Lisboa que mereceu 300 mil euros, são boas aplicações dos dinheiros do Turismo de Portugal, isso não conseguem. Se é a lei que está mal, ela já se devia ter mudado.
Curiosamente Luís Patrão, patrão da Turismo de Portugal, em declarações ao GP, justificou há dias o corte no apoio ao Concurso de Saltos Internacional de Matosinhos com o facto de o dinheiro não estar a servir para a internacionalização da prova, como era suposto. As “Redes pedonais e percursos cicláveis de Lisboa” tiveram direito a 1.1 milhões de euros e já agora, gostava de saber em que é que internacionalizam a nossa querida capital.

Mas por aqui percebe-se bem porque não há Regionalização. Como é que isto iria ser possível num quadro regionalizado? As Regiões teriam muito maior capacidade na barganha por estas verbas e não iria ser fácil ao Estado colocar o dinheiro todo no mesmo cesto. Esta gente, como a que manda no Turismo dito de Portugal, é precisamente a que tem poder e que não é escrutinada. Com a Regionalização seria, fatalmente.

Mas também, no meio disto tudo, gostaria de ter visto uma reunião da Junta Metropolitana do Porto que congregasse os seus municípios numa crítica clara ao que tem sido este regabofe do Turismo de Portugal, ao que foi a história da Red Bull e da sua viagem para Lisboa porque “havia limitações no Porto em Gaia”, como disse o responsável da Red Bull em frente aos autarcas António Costa e Isaltino Morais, sentados lado a lado.»
Manuel Queiroz
in 'Grande Porto', 24/12/2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Lisboa e a paisagem


A Associação Comercial do Porto considerou que o Instituto de Turismo de Portugal tem dicriminado negativamente a cidade do Porto. O Senhor Presidente do Turismo de Portugal não gostou e escreveu-nos uma carta nesse sentido, que aqui publicamos, então, tal como fizemos com a nossa resposta.

A CMP acaba de tomar posição, que aqui divulgamos e que reconfirma tudo o que afirmamos, bem como os dados que eram ilustrados pelo gráfico que, nessa ocasião, também aqui publicamos.

A direcção da ACP reafirma que o Instituto de Turismo de Portugal é um instrumento do centralismo, do lisbocentrismo; é um instrumento político da portofobia; é um instrumento que tenta iludir e mascarar as verdadeiras políticas deste governo que, a exemplo do anterior, insiste em discriminar negativamente o Porto e o Norte e que vive obcecado com o investimento numa única região.

A Red Bull Air Race é apenas um dos episódios mais visíveis, que confirma esse escândalo. A culpa por esta situação não é dos autarcas de Porto ou Gaia. Não se podem culpar sequer os autarcas de Lisboa e de Oeiras. Não se pode imputar responsabilidades aos organizadores, que apenas querem garantir o maior retorno, tal como acontece, legitimamente, com os patrocinadores.

Pena é que haja, também no Porto, quem, por interesses mesquinhos ou tácticas político-partidárias, ignore esta realidade; quem esqueça que, para além de todas as questiúnculas, tem sido o Porto e a sua população a pagar o elevado preço das políticas centralistas.


Porto e Palácio da Bolsa, 22 de Dezembro de 2009.
A Direcção da Associação Comercial do Porto




Comunicado do Vereador do Turismo da Câmara Municipal do Porto:

CRITÉRIOS DO TURISMO DE PORTUGAL:

O ESPELHO DE UM PAÍS SEM JUÍZO NEM DECÊNCIA

Como é do conhecimento geral diversos órgãos de comunicação social trouxeram a público uma realidade que nada contribui para o desenvolvimento sustentado do país:
a forma tendenciosa como são distribuídos incentivos por parte do Estado Central, neste caso concreto na área do Turismo.

Não estando ainda em funções o Conselho Metropolitano de Vereadores, órgão que em circunstâncias normais assumiria este dossier, decidiu a CMP chamar a si a esta questão.
São por demais evidentes as discrepâncias na atribuição de dinheiros públicos por parte do Turismo de “Portugal”. Se é verdade que o Distrito de Lisboa é o contemplado com a grande fatia dos apoios ao sector do Turismo, 49 M€ contra 21 M€ para o resto do país, a situação ainda é mais gritante quando verificamos que desses 49 M€ alocados ao distrito de Lisboa, 43 M€ foram dirigidos ao Concelho de Lisboa, ou seja 61% dos apoios concedidos pelo Turismo de “Portugal” em 2008 foram directamente para o Concelho de Lisboa, sendo os restantes 39% distribuídos pelo resto do país. O segundo distrito é Leiria com apenas 4,8 M€.
Esta situação em nada incentiva a boa gestão dos dinheiros públicos; e muito menos ajuda a dinamizar a economia nacional, designadamente da região Norte. Conhecidas que são as dificuldades financeiras da autarquia Lisboeta, decorrentes de erros sucessivos de diversas lideranças autárquicas, o Estado Central, em vez de impor uma gestão criteriosa dos dinheiros públicos, dá precisamente o sinal contrário, através das entidades por si tuteladas, premeia - atribuindo neste caso a esmagadora maioria dos fundos dirigidos ao Turismo, ao Concelho de Lisboa.
Mas é também preocupante a disparidade com que eventos estruturais são tratados, por exemplo,
a recuperação do Parque Mayer,
da Estufa Fria,
da 1.ª fase do Pavilhão Carlos Lopes,
pagos na totalidade por verbas concedidas pelo Turismo de Portugal, num investimento superior a 12,8 M€, são a clara antítese do investimento em curso para a recuperação do Palácio de Cristal, em que o investimento global será de 18,5 M€, sendo 9,7 M€ suportados pela CMP, 5,8 M€ financiados pelo POVT no âmbito do QREN e 3 M€ por parceiros privados ou seja 0 € pelo Turismo de “Portugal”. Saliente-se neste caso o significativo esforço financeiro da CMP, através da Porto Lazer, num evento extremamente relevante para a promoção do Turismo de negócios na Cidade e na Região.
Neste âmbito gostaria ainda de partilhar convosco um conjunto de outros investimentos, todos eles financiados a 100%, pelo Turismo de “Portugal”.
O projecto de “Mobilidade Pedonal em Zonas Históricas de Lisboa”, no valor global de 11,6 M€,
o projecto de “Requalificação e Valorização Cultural de Lisboa”, no valor global de 10,5 M€,
o projecto de “Requalificação e Dinamização da Rede de Miradouros e Jardins”, no valor global de 2,3 M€,
o projecto “Ao Domingo o Terreiro do Paço é das pessoas”, no valor global de 600 K€,
o projecto de “Redes pedonais e percursos cicláveis de Lisboa”, no valor global de 1,17 M€,
neste caso concreto, no Porto, a ciclovia foi construída com base nas verbas libertadas pelos ganhos de eficiência na gestão da Empresa Águas do Porto, numa clara discrepância com a estratégia aqui evidenciada pelos organismos tutelados pelo Estado Central, que em vez de darem sinais claros na penalização de maus exemplos na gestão de dinheiros públicos, tomam precisamente a medida contrária!
A estratégia seguida pelo Turismo de “Portugal” é ainda mais curiosa quando verificamos, que por exemplo,
o projecto de animação dos coretos de Lisboa em 2008 mereceu o mesmo apoio que … a primeira edição do Red Bull Air Race, 300 k€.
E, ainda,
O Campeonato Mundial de Jovens Pasteleiros (CMJP) em Lisboa teve direito a 50.000 € - o mesmo que o Fantasporto.

É esta atitude de total incoerência e incompetência, que trata eventos com impacto claramente diferente na promoção turística do país, de forma semelhante que hoje repudiamos aqui, e salientamos que este tratamento parcial ocorre sempre com claro benefício para a Cidade de Lisboa. É por essa razão que seguiremos atentamente o modelo de financiamento do Red Bull Air Race Lisboa por parte do Turismo de “Portugal” e de outras entidades com interesse do estado, não porque algo nos mova contra a alternância de eventos no país, aliás até a defendemos, mas porque entendemos que Portugal é extremamente pequeno para que andemos a concorrer entre nós pelos mesmos eventos, com claro prejuízo para a boa gestão dos dinheiros públicos.

Assim, e face a esta VERGONHA e face esta completa ausência de respeito pelo País iremos:
- Pedir aos grupos parlamentares do PSD e do PP, que confrontem e recolham esclarecimentos do Governo relativamente aos apoios concedidos pelo Turismo de “Portugal” ao longo dos últimos anos.
Falamos destes 2 grupos parlamentares pois são aqueles que suportam a maioria que hoje governa a CMP, mas veremos com bons olhos que outras forças partidárias se associem a esta causa, no sentido de promover uma maior coesão e sustentabilidade Nacional.
- Alertar o Sr. Presidente da República de Portugal para esta revoltante situação.
- Solicitar o Sr. Presidente do Instituto do Turismo de “Portugal” uma explicação para esta situação e qual a previsão para 2010.

Porto, 22 de Dezembro de 2009

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Red Bull Air Race voa para Lisboa












quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Histórias e memórias das Ruas do Porto apresentadas em livro no Palácio da Bolsa

As histórias das ruas e praças do Porto e os nomes que a cidade lhes foi dando são contadas no livro “As Ruas do Porto” da autoria de Luis Miguel Queirós. Uma obra que conta com o patrocínio da revista “O Tripeiro” e que vai ser apresentada no dia 17 de Dezembro, pelas 18h00, no Palácio da Bolsa.

Luis Miguel Queirós construiu um álbum de memórias e histórias das Ruas do Porto. José Eduardo Reis ilustrou esta obra com fotografias que apresentam ângulos surpreendentes e revelam e valorizam a redescoberta da cidade.

A primeira selecção, relativa ao centro tradicional da cidade, das crónicas que Luís Miguel Queirós publicou durante alguns anos nas páginas do jornal Público e da revista "O Tripeiro", é agora lançada pela editora Figueirinhas.

“As Ruas do Porto” surge no âmbito do ciclo de conferências realizado pela revista "O Tripeiro". A edição teve o apoio da Associação Comercial do Porto e da sua publicação mensal "O Tripeiro", que tem vindo a republicar algumas das crónicas de Luís Miguel Queirós sobre as ruas do Porto e os seus nomes.

Quem eram os Bragas, que nome evoca a Rua do Breiner, qual foi o dinamismo comercial da Rua dos Mercadores e o que foi assistido das magníficas varandas de ferro forjado da Rua das Flores são algumas das histórias que poderão ser descobertas no livro “As Ruas do Porto”.

A assistência a esta iniciativa é livre, estando no entanto limitada à disponibilidade dos lugares existentes. Por esse facto solicitamos a sua reserva através do número 223 399 047 ou pelo endereço paulovaz@cciporto.pt

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Laços de Portugal com Angola reforçados

A Associação Comercial do Porto e a Câmara de Comércio e Indústria de Angola celebraram hoje um protocolo de colaboração.

No discurso de assinatura do protocolo Rui Moreira defendeu que estão a ser reforçados os laços com Angola e que esta é “uma oportunidade para as pequenas e médias empresas portuguesas”, na medida em que a instalação desta delegação no Palácio da Bolsa vai permitir “suprir as carências das PME’s de investigarem e de terem de viajar para conhecer Angola e a realidade do mercado angolano”. “As indústrias portuguesas podem querer localizar em Angola as suas empresas, fomentar a internacionalização e a presença de uma delegação da Câmara de Comércio e Indústria de Angola no Palácio da Bolsa pode agilizar estes contactos”, sustentou também o presidente da Associação Comercial do Porto.

O protocolo assinado entre as duas instituições prevê não só a instalação de uma delegação da Câmara de Comércio e Indústria de Angola no Palácio da Bolsa, como ainda a criação de um conjunto de actividades, iniciativas de formação de quadros, para potenciarem a aprendizagem e a formação continuada. Em paralelo, vão ainda ser desenvolvidas sessões de formação em Angola para quadros angolanos.

António dos Santos, presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angola argumentou que este acordo vem ao encontro da necessidade de imprimirem “uma nova dinâmica de trabalho para irem ao encontro dos objectivos do Governo angolano”, dado que “também em Angola se sente a crise económica e o país não pode ficar dependente do petróleo e dos diamantes. É necessário investir na produção de outros bens, nomeadamente agro-industriais, pescas e pecuária, e encontrar parceiros que ajudem na criação destes bens”.

Sandra Freitas, representante da Câmara de Comércio e Indústria de Angola, justifica que escolheram o Porto para instalarem a delegação da Câmara de Comércio e Indústria de Angola, uma vez que “No norte estão instaladas a maior parte das PME’s portuguesas”, com quem existe “interesse em dinamizar parcerias”, e no Porto vão ser efectuados “contactos com outra dimensão”.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Revista "O Tripeiro" - Dezembro 2009


D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, vencedor da edição de 2009 do Prémio Pessoa, é a individualidade em destaque da próxima edição da revista “O Tripeiro”, a publicação mensal da Associação Comercial do Porto.

A edição d’“O Tripeiro”, nas bancas a partir de 14 de Dezembro, define o Bispo do Porto como o Protagonista de um novo norte. É uma das vozes influentes não só do Porto como do norte, que se destaca pela intervenção cívica e pelo perfil humanista.

O Júri do prémio Pessoa elogiou D. Manuel Clemente e justificou a escolha: “A sua intervenção cívica tem-se destacado por uma postura humanística de defesa do diálogo e da tolerância, de combate à exclusão e da intervenção social da Igreja. Ao mesmo tempo que leva a cabo a sua missão pastoral, D. Manuel Clemente desenvolve uma intensa actividade cultural de estudo e debate público. Em tempos difíceis como os que vivemos actualmente, D. Manuel Clemente é uma referência ética para a sociedade portuguesa no seu todo".

D. Manuel Clemente, durante vários anos, Bispo Auxiliar de Lisboa, foi eleito pelo Vaticano novo Bispo do Porto em Fevereiro de 2007, em substituição de Armindo Coelho na chefia da diocese.

Actualmente exerce ainda funções de presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, é professor de História da Igreja na Universidade Católica Portuguesa e director do Centro de Estudos de História Religiosa na mesma universidade.

União entre Portugal e Angola reforçada

A Associação Comercial do Porto e a Câmara de Comércio e Indústria de Angola celebram um protocolo de colaboração, no próximo dia 15 de Dezembro, pelas 12h30.

Na assinatura do acordo vão estar presentes António dos Santos, Presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angola, o seu Secretário Geral, Dr. Tiago Gomes, e Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto, acompanhados por António Albuquerque Lemos, Ministro Conselheiro da Embaixada de Angola em Portugal.

Para Rui Moreira “As já antigas relações bilaterais de Portugal com Angola devem ser fortalecidas. Angola é um mercado interessante e com muitas oportunidades para as empresas portuguesas. Actualmente ocupa o 4.º lugar no que diz respeito às exportações portuguesas, que em 2008 representaram 2,2 mil milhões de euros, tendo crescido 35 por cento face ao ano anterior”.

O mercado português apresenta também diversas oportunidades para as empresas angolanas, nomeadamente no sector de construção, e em todas as actividades relacionadas, como o imobiliário, equipamentos, comércio e decoração.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

instituto de turismo / 2008 / por distritos



Fonte: http://otempoquehadevir.blogspot.com

sábado, 5 de dezembro de 2009

...e respondida