terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Clipping








Curso de Finanças para managers não financeiros - 9 e 10 de Fevereiro



A Associação Comercial do Porto vai realizar nos próximos dias 9 e 10 de Fevereiro, no Palácio da Bolsa, um Curso de Finanças para managers não financeiros.

Esta é uma acção especialmente dirigida a profissionais que pretendam obter conhecimentos básicos para a gestão económica e financeira de uma empresa.

As alterações que o novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC), em vigor desde 1 de Janeiro de 2010, introduziu no antigo Plano Oficial de Contabilidade, estão devidamente integradas no programa deste curso.

Ficha de inscrição:


Para imprimir a ficha de inscrição, clique na imagem.

Mais informações através do número 223 399 047 ou por paulovaz@cciporto.pt

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Quartetos de Mozart com flauta e cordas no Palácio da Bolsa

Flauta, violino, viola e violoncelo juntos em concerto integrado no Festival de Música

Músicos de quatro nacionalidades diferentes reúnem-se no Salão Árabe do Palácio da Bolsa para interpretar o integral dos quartetos de Mozart com flauta. O concerto realiza-se no próximo dia 9 de Fevereiro, pelas 21h30.

A violinista portuguesa Marta Eufrázio vai estar acompanhada pelo flautista espanhol Claudi Arimany, pelo violetista britânico David Lloyd e pela violoncelista checa Katerina Mikusova. Em conjunto vão tocar o integral dos quartetos de Mozart com flauta, composto por: Quarteto em Dó, Quarteto em Lá, Quarteto em Sol e Quarteto em Ré.

Os bilhetes para o concerto custam 12€ (adultos) e 7€ (crianças e portadores de Cartão Jovem).

As pré-reservas podem ser feitas através do número de telefone 222 017 092.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Cartão de Cidadão

Agora no Primeiro Cartório Notarial de Competência Especializada do Porto (sito na Rua João das Regras, 284 - R/C - sala 4, 4000-291 Porto / Telefone: 222 076 960) já é possível solicitar o Cartão de Cidadão, mediante marcação prévia.

Para fazer um cartão de cidadão deverá ser portador dos seguintes documentos:
- Bilhete de Identidade (obrigatório)
- Cartão de contribuinte (obrigatório)
- Cartão de utente de Serviço Nacional de Saúde
- Cartão de Eleitor
- Cartão de Segurança Social

Com este serviço é possível agendar com antecedência uma data para o pedido do Cartão de Cidadão em vários postos de atendimento.

Através do telefone 217 231 237 (dias úteis, das 9:00h às 18:00h) ou do e-mail agendamento.cc@lojadocidadao.pt, os cidadãos que necessitem de solicitar o novo documento de identificação poderão agendar o dia, a hora e o local de atendimento.

Para agendar a data do seu atendimento terá que telefonar ou enviar um e-mail, indicando:
- Nome Completo;
- Data pretendida;
- Hora pretendida;
- Qual a Loja do Cidadão ou Conservatória pretendida;
- Número de telefone.

A confirmação do atendimento será fornecida ao cidadão até 24 horas após a recepção do pedido, através do e-mail ou telefone facultados.

No dia marcado, o cidadão deverá deslocar-se ao Posto de Atendimento para a qual fez o agendamento.

Mais informações através do site www.cartaodecidadao.pt

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Revista "O Tripeiro" - Janeiro 2010


No ano em que se celebra o centenário da República Portuguesa, a revista "O Tripeiro" vai destacar algumas das mais importantes figuras republicanas do Porto.

Nesta primeira edição de 2010, grande destaque para a primeira revolta republicana que eclodiu no Porto, a 31 de Janeiro de 1891.

Nas bancas a partir de 11 de Janeiro.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Jovem talento ao piano na Bolsa


Coro da Sé Catedral na segunda parte do recital de início do Festival de Música 2010

Com apenas 13 anos, Nuno Ventura de Sousa divide com o Coro da Sé Catedral do Porto o primeiro concerto da temporada 2010 do Festival de Música do Palácio da Bolsa. A apresentação do dia 19 de Janeiro, pelas 21h30, marca o regresso deste Festival ao Salão Árabe.

Nuno Ventura de Sousa fica encarregue da primeira parte do concerto. O pianista portuense, que estuda piano desde os seis e é detentor de 16 Primeiros Prémios em Concursos Portugueses e Espanhóis, escolheu peças de dois compositores alemães: de Beethoven - Sonata op. 10 nº1, Allegro molto e con brio, Adagio molto e Finale-Prestissimo – e de Felix Mendelssohn: Rondo Capriccioso.

O Coro da Sé Catedral do Porto, regido pelo Maestro Eugénio Amorim, actuará na segunda parte do concerto. João Rodrigues Esteves, compositor português do barroco, é um dos autores escolhidos, a par com Heinrich Schütz, G. P. Palestrina, Hans Leo Haßler, Maurice Duruflé, Vicente Lusitano, Anton Bruckner, Max Reger e Anton Bruckner.

Os bilhetes para o concerto custam 12€ (adultos) e 7€ (crianças e portadores de Cartão Jovem).

As pré-reservas podem ser feitas através do número de telefone 222 017 092.

Palácio da Bolsa renova Salão Árabe


A Associação Comercial do Porto encontra-se a restaurar o seu Salão Árabe. Depois de terminada a primeira fase em Abril de 2008, a sala de recepções oficiais, debates e concertos é o alvo prioritário da reabilitação do Palácio da Bolsa.

A obra, aprovada pelo IPPAR, contempla a intervenção nos estuques das paredes e tectos, nas portas, e, ainda, nos vitrais que decoram o interior do Salão Árabe.

A cargo da firma CRERE – Centro de Restauro e Estudos, o restauro decorrerá até Maio deste ano e representa um investimento na ordem dos 360 mil euros.

A data de finalização poderia ser antecipada, mas a direcção da Associação escolheu abrandar o ritmo da obra para que o salão se mantenha aberto ao público. Desta forma, o Salão Árabe pode continuar a receber eventos e visitas enquanto as obras minuciosas decorrem.

Fruto do trabalho exclusivo de artistas portugueses, o Salão Árabe foi construído sob autorização de D.Maria II e demorou 18 anos a ser concluído. A escolha recaiu sobre o ostensivo estilo árabe, com ornamentação em folha de ouro, inscrições árabes e portadas pintadas à mão, para que a burguesia portuense do século XIX demonstrasse aos visitantes oficiais o poderio económico e político da classe.

As obras de recuperação continuarão no Palácio da Bolsa após a conclusão do Salão Árabe. A próxima intervenção envolverá a cobertura na envolvente das clarabóias da Escadaria Nobre e Sala Medina, rebocos exteriores das fachadas poente e sul e o restauro dos estuques e pinturas decorativas do Mestre António Ramalho, que revestem os tectos da clarabóia da Escadaria Nobre.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Visto do Porto


A última década não foi boa para o Porto, nem para a Região Norte. Grande Porto e Norte em geral estão entre as regiões mais pobres da Europa


Vista a partir de Lisboa, a polémica sobre a transferência da Red Bull Air Race das margens do Douro para as do Tejo parece uma questão menor. Os protestos dos autarcas locais soam a ouvidos lisboetas como mais um episódio de provincianismo, ainda mais porque vêm embrulhados naquela pronúncia do norte a que, como diria o Rui Reininho, "os tontos chamam torpe".

No entanto, vista a partir do Porto, tem uma enorme carga simbólica. A última década não foi boa para esta cidade nem, globalmente, para a região Norte. Enquanto a região de Lisboa enriqueceu e ultrapassou a média comunitária, a região do Porto empobreceu e afastou-se drasticamente dessa média. Há muita gente que se considera bem informada que não sabe isto: o Grande Porto e o Norte em geral estão hoje entre as regiões mais pobres da Europa - e não era assim há poucos anos. O salário médio de um habitante do Norte é cerca de 250 euros mais baixo que o de um habitante de Lisboa. O desemprego é também maior no Porto e no Norte, especialmente o desemprego de longa duração.

Todos estes indicadores são inequívocos e conhecidos. Mas, sejamos honestos: são geralmente ignorados em Lisboa e por parte do poder central. Os dados económicos e sociais sobre o país costumam ser apresentados de forma agregada, escondendo as enormes disparidades regionais. O desequilíbrio entre Sul e Norte, e sobretudo entre Lisboa e Porto, no que diz respeito ao investimento público é uma realidade. O investimento privado acompanha-o. Isso deve-se à relação clientelar que o Estado português tem com as empresas. Mesmo os grupos que nasceram no Porto sentiram, nos anos mais recentes, a necessidade de se fixarem em Lisboa para estarem junto do poder político do qual largamente dependem (a notável excepção é a Sonae - mas tem pago por isso um elevado preço). Hoje em dia, basta passear pelo centro do Porto para constatar a degradação da cidade. Mas o problema não está só na infra-estrutura física. A perda de centralidade do Porto, que acompanha o seu declínio económico, reflecte-se na falta de oportunidades. A cidade tem uma boa universidade, mas não tem condições para fixar as pessoas que forma, e por isso se encontra hoje tanta gente do Porto em Lisboa. O Porto já não atrai, repele.

Embora não viva no Porto, vou lá muitas vezes. Nos dias em que decorria a Red Bull Air Race, o Porto era mais sorridente e cosmopolita, em contraste com a sua realidade quotidiana. O evento era uma esperança para a cidade e, talvez por isso, ao contrário de tantos que comentaram este caso, compreendo bem a reacção dos autarcas locais. Visto a partir do Porto, o episódio da transferência para Lisboa é um golpe baixo contra uma cidade empobrecida, em crise profunda, abandonada pelo poder central e esquecida pelos portugueses.


João Cardoso Rosas, Professor universitário de Teoria Política
Publicado no jornal I em 24 de Dezembro de 2009

nota/CV: João Cardoso Rosas é Licenciado em Filosofia e Mestre em Filosofia Social e Política pela Universidade do Porto e Doutor em Ciências Sociais e Políticas (Teoria Política) pelo Instituto Universitário Europeu de Florença.

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sábado, 2 de janeiro de 2010

o acordo ortográfico e o lisbocentrismo

Os críticos defendem que ainda se vai a tempo de travar a aplicação do Acordo Ortográfico e os defensores respondem que ele já está em vigor. A nova ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, parece partilhar as convicções do antecessor, José António Pinto Ribeiro, e diz que quanto mais depressa o aplicarmos, melhor será para afirmar a língua portuguesa no mundo. A ministra da Educação, Isabel Alçada, pede tempo para a introdução das novas regras nas escolas. Em que ficamos?

Tudo indica que em Portugal possa haver três Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa


"O processo ainda pode ser parado", diz o escritor Vasco Graça Moura, um dos mais activos críticos. "Não pode avançar sem haver ratificação por todos os países. Se o objectivo é a unidade da grafia, basta que um não avance para que não faça sentido." Tal como o Governo recuou no caso da localização do novo aeroporto, também deve recuar no Acordo Ortográfico, defende. "Quem não está a aceitar isto são umas baratas tontas na CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] que têm que arranjar um pretexto para terem alguma actividade."

"Não há nenhuma possibilidade de recuo, o acordo está em vigor", contrapõe José Mário Costa, fundador e coordenador do site Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Favorável ao acordo (uma posição pessoal), justifica: "O português arrisca-se a ter não duas ortografias oficiais, mas oito e isso não pode acontecer numa língua que pretenda ser universal."

O linguista António Emiliano, outro crítico, considera que a decisão do Ministério da Educação de não avançar com o acordo já em 2010 é "do mais elementar bom senso". "Desafio qualquer pessoa a aplicar o Acordo Ortográfico. As ambiguidades são tão grandes que há casos em que não sabemos o que fazer." Neste momento "ninguém sabe aplicar o acordo".

Malaca Casteleiro, também linguista e um dos responsáveis pela elaboração do acordo, lamenta a forma "desorganizada" como se está a avançar para a aplicação (depois de o Ministério da Cultura ter dito que começaria a ser aplicado em Janeiro de 2010, a ministra esclareceu que seria apenas a agência Lusa a fazê-lo), e reconhece que, como em tudo, "há sempre coisas que podem ser melhoradas". Mas "fazer uma revisão agora seria muito complicado" num acordo que envolve oito países e que "foi aprovado há quase 20 anos".

Um dos pontos mais polémicos é o das consoantes mudas (acção/ação, óptimo/ótimo, baptismo/batismo, tecto/teto) que Portugal vai abandonar, aproximando-se da forma usada no Brasil. Graça Moura e Emiliano argumentam que as consoantes mudas cumprem a função de abrir a vogal que as precede e que a sua perda altera a pronúncia. "Não se pode correr o risco de começar a pronunciar com vogais fechadas palavras como espectáculo/espetáculo ou excepção/exceção. No Brasil isso não é um problema porque eles abrem as vogais, mas nós fechamo-las", diz Graça Moura.

Malaca Casteleiro discorda totalmente. "A oralidade precede a escrita. A palavra tem uma imagem acústica e uma imagem gráfica. É a gráfica que alteramos. A acústica mantém-se igual. E há palavras em que a consoante muda não abre a vogal: é o caso de "actual"." Além disso, a questão da perda (em Portugal) das consoantes mudas era fundamental para se chegar a acordo com o Brasil. "Se não o fizéssemos, como é que íamos unificar a ortografia? Exigíamos aos brasileiros que reintroduzissem as consoantes mudas?"

Para Emiliano o problema está precisamente na suposta necessidade de um acordo. "O português europeu [a norma seguida também nos PALOP] e o do Brasil estão em processo tão acelerado de divergência que é um disparate achar que um acordo vai resolver algum problema." Este tem sido um dos principais argumentos dos opositores: a unificação da ortografia não vai ultrapassar o facto de o português de Portugal e o do Brasil serem já muito diferentes.

Para o linguista, porém, o mais grave, sobretudo para o ensino, é o facto de "o acordo falar repetidamente de facultatividade". Um exemplo: "Posso passar a escrever o meu nome como António ou Antônio, as duas formas passam a ser oficiais. Posso até escrever António numa linha e Antônio na seguinte e ninguém pode dizer que está errado."

Três Vocabulários

É por causa de o acordo deixar várias opções em aberto que todos - críticos e defensores - consideram indispensável uma ferramenta prevista no acordo e que o Brasil já tem: um Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), uma autoridade máxima que, em caso de dúvidas, seja a referência oficial da língua.

Em Portugal há o risco de confusão, dado que tudo indica que possa haver três VOLP. Um já está editado, pela Porto Editora, e foi coordenado por Malaca Casteleiro. Outro está em preparação pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC), será gratuito (foi apoiado pelo Fundo da Língua Portuguesa) e deverá estar disponível on-line no Portal da Língua Portuguesa a partir de 4 de Janeiro (150 mil palavras para já, enquanto um dicionário de nomes próprios, outro de gentílicos e topónimos e um conversor, e mais 50 mil palavras serão acrescentadas até Março). E um terceiro está a ser elaborado pela Academia das Ciências.

Margarita Correia é a responsável, no ILTEC, pelo projecto a que foi dado o nome de Vocabulário Ortográfico do Português. Faz parte do grupo restrito de pessoas que até agora pensaram na aplicação prática do Acordo Ortográfico. Como o fizeram? Em primeiro lugar definindo uma série de critérios que serão também tornados públicos.

"O acordo remete muitas vezes para uma tradição, mas em lugar nenhum define qual é essa tradição. Por isso optámos por regularizar bastante a ortografia". Em muitos casos isto significou tirar os hífens (de "cor-de-rosa", por exemplo, que o acordo admitia com hífens referindo a "tradição", ao mesmo tempo que deixava sem hífen "cor de vinho"). Quando a referência é a pronúncia optou-se por seguir a da região de Lisboa.

"O texto legal [do acordo] é aberto, mas é ambíguo e tem até contradições internas. Mas ninguém o vai ler quando tiver uma dúvida. O que se espera é que haja especialistas que façam a interpretação através do Vocabulário", diz Margarita Correia.

A grande dúvida, segundo José Mário Costa, é qual, entre os três VOLPs, virá a ser considerado oficial e quem tomará a decisão, dado que a língua envolve os ministérios da Cultura, Negócios Estrangeiros e Educação. "Falta definir quem manda na língua."