domingo, 25 de abril de 2010

Cavaco Silva no 25 de Abril

Excerto do discurso de Sua Excelência o Presidente da República:

Senhor Presidente da Assembleia da República,Senhoras e Senhores Deputados,

Graças à nossa riqueza histórica e cultural, ao talento de muitos dos nossos jovens, à capacidade de adaptação da nossa mão de obra e ao nosso clima privilegiado, temos ainda a possibilidade de desenvolver centros de excelência que se configurem como marcas distintivas à escala europeia.

À semelhança do que ocorreu noutras cidades da Europa, de Barcelona a Berlim, passando por Amesterdão ou Estocolmo, podemos fazer com que alguns centros urbanos se convertam em grandes pólos internacionais de criatividade e conhecimento.

Além da capital do País, o Porto é uma cidade que dispõe de todas as condições para ser um pólo aglutinador de novas indústrias criativas, ligadas às artes plásticas, à moda, à publicidade, ao design, ao cinema, ao teatro, à música e à dança, mas também à informática, à comunicação e ao digital.

Não é de hoje a vitalidade cultural portuense, como não é de hoje a capacidade empreendedora das gentes do Norte. O Porto sempre se orgulhou da sua vida intelectual e esse orgulho é legítimo: das letras às artes plásticas, passando pela arquitectura, aí existe muito do melhor que Portugal fez nas últimas décadas.

Uma aposta forte dos poderes públicos, conjugada com a capacidade já demonstrada pela sociedade civil relativamente a projectos culturais de referência, poderão fazer do Porto e do Norte uma grande região criativa, sinónimo de talento, de excelência e de inovação.


Aí existe um tecido humano feito de gente activa e dinâmica, um espírito de inovação e de risco, um culto do que é novo e diferente. Há capital humano de excelência, há estabelecimentos de ensino e equipamentos de qualidade. Só falta mobilizar esforços para transformar o Porto e o Norte numa grande região europeia vocacionada para a economia criativa e fazer desse objectivo uma prioridade da agenda política.

Estudos recentes vieram mostrar que as actividades culturais e criativas podem desempenhar um papel de crescente relevância na economia portuguesa, à semelhança do que ocorre noutras sociedades desenvolvidas e pós-industriais. Na Região Norte, aliás, foram já lançadas iniciativas visando tirar partido das suas potencialidades neste domínio.

O Porto presta-se claramente a exercer um papel de núcleo dinamizador do engenho criativo.
O seu espaço urbano, aliando o antigo e o moderno, o esplendor do barroco das igrejas e a sobriedade da arquitectura contemporânea, pode converter-se numa marca de projecção internacional através de um movimento colectivo e inovador que atraia novas dinâmicas de desenvolvimento, com criadores talentosos, artistas portugueses e estrangeiros, empresários jovens com sentido de oportunidade.

Temos aí um enorme potencial para desenvolver um turismo diferente e de qualidade e para fundar uma nova centralidade alicerçada no vanguardismo estético e na inovação tecnológica e empresarial.

1 comentário:

Augusto Küttner de Magalhães disse...

De facto não é só o Porto, é aqui o Norte, talvez de Aveiro para cima, entrando pela Galiza que tem grandeS potencialidades, grande espaço para ser o Norte, que também com o Porto, com Braga, com Guimarães, com Famalicão, com Gaia! Com tanto Norte e com o Porto, mas não só!!!
Somos capazes, já se notou. Temos, permito-me dizê-lo que ser humildes em tudo, até na forma de nos expressarmos e não estarmos em procura de mordomias e de importâncias, dado que "isto" é muito, muito , muito pouco.

Temos muitas capacidades para sermos bons, basta ir em frente!

E aquelas Pessoas que têm que ir a Lisboa de avião duas vezes por semana tratar "lá "de assuntos de cá, não se preocupem quando, mais dia menos dia, não necessitarem de o fazer, dado que humildemente conseguirem tudo aqui fazer!

Somos bons, somos capazes, somos competentes, e sabemos ser humildes.....sem querermos ser muito desnecesariamete importantes e poderosos...

Augusto Küttner de Magalhães