Melodias de Mozart, Schubert, Bruch e Poulenc, interpretadas pelo clarinetista Michel Portal e pelo violetista Gérard Caussé, dois dos maiores músicos da actualidade, e pelo pianista Filipe Pinto-Ribeiro, vão assinalar o início das “Noites no Salão Árabe”, no dia 4 de Outubro, às 21 horas, no Salão Árabe do Palácio da Bolsa.
O primeiro concerto do novo ciclo musical do Palácio da Bolsa traçará diversas diagonais musicais, numa viagem que começa no século XVIII, com o Trio para Clarinete, Viola e Piano (KV 498) “Kegelstatt” de Mozart, e termina no século XX, com a Sonata para Clarinete e Piano de Francis Poulenc.
As “Noites no Salão Árabe” contam com uma programação inovadora, onde os concertos são precedidos por breves intervenções de destacadas figuras da sociedade e se relacionam com os temas abordados. Rui Moreira, Presidente da Associação Comercial do Porto, é o primeiro orador convidado e, numa noite marcada por obras de compositores europeus, falará sobre “O Futuro da Europa”.
Com esta iniciativa, a Associação Comercial do Porto pretende preencher uma importante lacuna na oferta cultural da cidade e cruzar a música erudita com temáticas actuais, entre as quais Economia, Vinhos, Religião e Humor.
As entradas têm um custo de 10€, estando os bilhetes à venda no Palácio da Bolsa.
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Filipe Pinto-Ribeiro | Piano e Direcção Artística
O pianista Filipe Pinto-Ribeiro tem-se afirmado como um dos músicos portugueses de maior prestígio internacional. Estudou no Conservatório Tchaikovsky de Moscovo sob a orientação da Professora Liudmila Roschina (sucessora de Samuil Feinberg), tendo ainda estudado Música de Câmara com Alexander Bakhchiev e participado em diversas Master-Classes internacionais. Foi também aluno de Helena de Sá e Costa e de Pedro Burmester na Escola Superior de Música do Porto. Foi apreciado e aconselhado por nomes como Elisso Virsaladze e Dmitri Bashkirov. Enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, concluiu com classificação máxima o Doutoramento em Performance Musical – Piano – no Conservatório Tchaikovsky de Moscovo. Gravou diversos C.D.'s e estreou várias obras em Portugal, como os 24 Prelúdios e Fugas Opus 87 de D. Schostakovich e o Concerto para Piano e Orquestra Opus 33 de A. Dvořák. Apresenta-se frequentemente a solo com diversas orquestras e maestros, como a Orquestra Filarmónica da Eslováquia, Orquestra Filarmónica da Arménia, Orquestra Nacional do Porto, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Charlemagne Orchestra for Europe e a Orquestra de Câmara do Kremlin sob a direcção, entre outros, dos Maestros John Nelson, Mikhail Agrest, Charles Olivieri-Munroe e Roman Brogli-Sacher. No âmbito da música de câmara, tem-se apresentado em parceria com músicos como Gérard Caussé, José Van Dam, Gary Hoffman e Pascal Moraguès. É membro do Quarteto Archino, e director artístico do DSCH - Schostakovich Ensemble. Foi director artístico de vários projectos, orientando frequentemente Master-Classes. É também Professor de Piano na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, no Porto.
Michel Portal | Clarinete
Michel Portal é reconhecido pelas suas interpretações claras, perfeitas e rigorosas, combinadas com uma excepcional expressividade. Como clarinetista clássico, recebeu Primeiros Prémios de clarinete no Conservatório de Paris (1959) e nos Concursos de Genebra (1963) e de Budapeste (1965). Em 1983, ganhou o “Grand Prix National de la Musique”. Trabalhou com Kagel, Stockhausen, Berio, Boulez e Globokar, tendo-se apresentado em muitos concertos com o Ensemble Musique Vivante de Diego Masson. Em 2006, fez a estreia francesa do duplo concerto Rihm, com a Orquestra Nacional de França (e Paul Meyer), na Sala Olivier Messiaen em Paris. Michel Portal dstaca-se como músico de câmara, tendo ao longo da sua carreira trabalhado com os melhores parceiros: Wilhelm Kempf, Julius Katchen, Gérard Caussé, Maria João Pires, Bruno Canino, Michel Dalberto, Marie-Josèphe Jud, Yuri Bashmet, Laurent Korcia, Paul Meyer, os Quartetos Sine Nomine, Ysaÿe, etc. Michel Portal compôs algumas partituras de grande sucesso, tendo recebido 3 "Césars" por "Le Retour de Martin Guerre", "Les Cavaliers de l'Orage" and "Champ d'Honneur". É frequentemente escolhido como principal convidado de importantes festivais: em Lille (1990) e em Budapeste (1992 e 1996). O seu "portrait" foi apresentado pela Radio France em 2 concertos em Abril de 1995, tendo estreado o concerto composto para si por Donatoni, com a Orquestra Filarmónica de Rádio France sob a direcção de Diego Masson. O Théâtre des Bouffes du Nord em Paris deu-lhe “Carta Branca” para um fim-de-semana de 4 concertos em Fevereiro de 2000. Desde então, tem sido convidado todas as temporadas. Em Novembro de 2005, recebeu o Prix in Honorem da Academia Charles Cros e, em Fevereiro de 2006, foi laureado com a “Victoire d’Honneur” na cerimónia das “Victoires de la Musique Classique” em Estrasburgo.
Gérard Caussé | Viola
Gérard Caussé é considerado um dos grandes intérpretes dos nossos dias, sendo um dos poucos que, desde Primrose, conseguiu destacar a viola de arco como instrumento solista. Este reconhecimento é extensivo às gravações que realizou, tanto do repertório solista como do repertório de câmara, recebendo grandes elogios da crítica musical internacional. Nasceu em Toulouse e graduou-se no Conservatório de Paris onde obteve o Primeiro Prémio de viola de arco e de música de câmara. Colabora regularmente com outros destacados músicos, como Emmanuel Krivine, Charles Dutoit, Kent Nagano, Gidon Kremer, Michel Portal, Maria João Pires, Augustin Dumay e François-René Duchable. Gérard Caussé foi director artístico e maestro da Orquestra de Câmara Nacional de Toulouse entre 2002 e 2004. Recentemente tocou com a Orquestra Nacional de França, Filarmónica da Radio France, Orquestra Nacional de Lille, Orquestra do Capitólio de Toulouse, Filarmónica de Montpellier, Orquestra de la Suisse Romande, Filarmónica do Luxemburgo e Orquestra Sinfónica de São Paulo, entre outras. Gérard Caussé revelou-se internacionalmente durante os anos setenta, como membro fundador e Viola solista do Ensemble Intercontemporain de Pierre Boulez. Desde então, destacou-se como intérprete do repertório contemporâneo, tendo-lhe sido dedicados mais de dez concertos. Percorreu também uma importante carreira como solista de concerto, com as mais prestigiadas orquestras mundiais, interpretando um extenso repertório, desde o Barroco, passando por Mozart, até Bruch, Berlioz, Bartók, Stravinsky, Britten, Walton e Martinú. Gérard Caussé toca uma viola Gasparo de Salo de 1560 e é Professor no Conservatório de Paris. A sua ampla discografia inclui mais de 35 gravações para a EMI, Erato, Philips, Teldec, Virgin Classics, Harmonia Mundi e Deutsche Grammophon.
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